QUANDO DOIS SE FAZEM UM
Maria Hilda de J. Alão.
Meu corpo na alcova se distende
Meus braços são garças no ar,
Há no ambiente um perfume
Vindo do cio feminino.
Náufrago no mar do meu ventre
Elevas parte da tua anatomia,
Deslizando pelas minhas pernas
Ouço os uivos do teu corpo.
No pescoço, arrepiado e quente,
Sinto a faca dos teus dentes
E dos meus lábios saem palavras
Que são nanos sondas cibernéticas
Enviando mensagens de fora para dentro
Em forma de energia que gera vida
Que faz pulsar forte o teu coração
Marionete que minha mão controla
Com os finíssimos fios do prazer
Ao ondular as ancas e os seios
Num êxtase que só acontece
Quando dois se fazem um.
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