Som de mulher
Os olhos são o espelho da alma.
E se isso, verdade é, deixe-os serem a janela, e veja por um instante minha
alma de mulher.
Vê a borboleta que em doces volteios acaricia suave, seus cabelos?
São meus dedos.
Feche os olhos e sinta.
Ao som suave da brisa, minhas carícias que vão lhe envolvendo.
Sinta o toque na pele, que traçando seu rosto vai descendo mansinho
em direção ao seu peito.
São meus beijos.
Sente o roçar pela cintura, como asas de libélula voejando?
É minha língua.
Vou adentrando.
Das vestes, já liberto, sinta o tempo de agosto
que vai molhando seu corpo.
Estou provando seu gosto.
Segure de leve, pressionando, minhas ancas
transformadas em rédeas, enquanto vou cavalgando.
Fica assim...
Parado a sentir o veludo úmido lhe envolvendo.
Você está dentro de mim.
Rápido...
Vem comigo!
Vamos chegar ao fim...
Agora abra lentamente seus olhos.
Sinta a vida transformada
em seiva que de seu corpo flui.
Não me procure.
Como a tarde dessa primavera
Eu já fui...
Asta Vonzodas
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