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| | André Maria | |
Em todas as relações humanas, existe a figura do egoísta e a figura do generoso. O egoísta é o indivíduo que está sempre disposto a receber mais do que doar. O generoso é exatamente o contrário. Está sempre disposto a doar mais do que receber.
Como vemos... Um depende do outro para viver socialmente. O egoísta se mantém ou se fortalece ainda mais como egoísta, pela presença sempre marcante do generoso. Por outro lado, o generoso precisa ter ao seu redor pessoas egoístas para o seu rotineiro exercício de doação. E daí nos colocamos diante de algumas reflexões. O indivíduo egoísta seria uma pessoa com grave defeito? E o indivíduo generoso seria uma pessoa virtuosa? Até que ponto essa visão cultural do bem e do mal – onde fomos educados – tem base verdadeira? Se analisarmos friamente, veremos que ambos (egoísmo e generosidade), aplicados de forma desordenada, são nocivos ao desenvolvimento social em que estamos inseridos. Simplificando, poderíamos dizer que muitas pessoas potencializam o lado egoísta pela marcante presença da generosidade. O ideal nas relações humanas - sejam elas afetivas, sejam profissionais – seria vivermos um equilíbrio entre o doar e o receber. Quando isso se torna uma prática, as relações tendem a se solidificar e desenvolver sem traumas futuros. O fato é que uma relação, quando sustentada pela presença de um indivíduo muito egoísta e um indivíduo muito generoso...Esta relação tende a sofrer profundos desgastes. Levando a separações, demissões e outros amargos desfechos. E essa idéia de que o generoso não espera nada em troca, é outro grande engano, visto que a simples sensação de que ele faz pelas pessoas do meio muito mais do que recebe, isso acaba representando uma satisfação interna muito grande. Outra compensação que o generoso normalmente recebe, são os relatos das pessoas acerca da sua sempre presente generosidade. E o generoso não só espera este retorno de gratidão por parte das pessoas, como ele, de fato, acontece. E acontece pelo fato de a generosidade ser aplicada com pessoas do mesmo convívio social. Essa generosidade é diferente daquela praticada por pessoas altruístas. O altruísta sempre faz o bem sem olhar a quem. São pessoas que praticam filantropia sem conhecer e conviver com as pessoas que serão beneficiadas. É isso! Esta é uma reflexão bastante profunda, que merece um constante exercício de pensamento diante das nossas relações humanas. |