Os olhos são como um espelho. Se realmente temos alma essa expressa-se nos olhos. Na visão do teu olhar, na tua alma bela que não se vê, nem pode tocar. Tudo está guardado. Nas palavras que permutam por entre as bocas e nos sorrisos que um olhar não esboça, mora o prazer. Este mora igualmente no tocar dos lábios e na troca que o fogo dos olhares faz. Mora em cada abraço em que o mendigo encontra a paz. A paz encontrada, num jogo de prazer.
No tocar do corpo, no gesto tímido que cada um efectua mora a cumplicidade. Expresso na confiança encontra-se o carinho que cada gesto esboça no desenho da vida. Não existe prazer se na sua base existir um sentimento. O mesmo sentimento que vejo em cada gemido, que te afoga e renova cada sentido. Pudesse o prazer ser eterno e a satisfação de uma mão que nos ampara quando o fundo não existe. Sendo cada gemido um abraço, pudesse os abraços ser gemidos.
Prazer é ter presente, é ver nos seus olhos um espelho e consequentemente cada pedaço de nós, que não conseguimos ver. Que muitas vezes não nos fazem ver. Que muitas vezes nunca chega a ser visto. E no espelho de prazer, por vezes ficamos perdidos em nosso reflexo, onde procuramos uma ida sem regresso…
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