Pecado mortal (Gueixa)
Poemas eróticos são maliciosos
sensuais e deliciosamente perigosos….
tal como assistir a filmes pornográficos
para acordar monstro hibernando…
Fico a pensar o que busco em ti
enquanto rabisco desejos,
anunciando anseios
ao invés de lascar-te um beijo
e entregar � aos teus carinhos �
meus seios.
Sem rimas fáceis, sem situações previsíveis.
Numa intensa crise corre,
irresistível, meu frisson por ti
incontrolável fúria à tua procura
horas a fio, preenchendo meus
pensamentos…
Meu amor um momento!
Isso é loucura?
Paixão?
Paranóia?
Que situação!
Que confusão de sentimentos…
Quando tiveres a resposta
tu encontraras a mim, completamente
pronta,
tonta de desejo por teu beijo,
por tua pele escura, tintura de meu ventre
que sente
que apenas a ti pertence…
Minha pele está entranhada pelo teu cheiro
caudalosamente banhada por tua língua
que sucumbe a cada investida,
revestida por teu suor
que impregna minha alma…
Não sou uma mulher,
sou parcelas que se juntam
e agregam-se num furacão
que entra em ebulição,
quando tocas cada uma delas:
vagina, orelhas, boca, ancas, pernas, pés e
mãos…
Neste instante,
essas partículas minúsculas,
tornam-se uníssonas.
Transformam-se num conjunto
em busca de delícias
da mais pura e gostosa malícia.
Tu és pastor de um rebanho desgarrado
e só tu tens o poder de torná-lo gregário.
Só tu tens a chave desse universo paralelo
Só tu podes desvendar esse mistério…
De corpo furacão, de mulher ebulição,
de um ser fragmentado em inúmeras personas:
Uma Eva expulsa do paraíso
A agregada mais bonita da Senzala
Uma cortesã em homenagem a cidadão ateniense
Um anjo lascivo, um demônio bandido
Uma princesa enclausurada em torreão
Uma Galla sem Dali
A cometer crimes, a purgar sacrilégios
a pregar teu credo
A sofrer em segredo, este mais cruel degredo
que é estar longe de ti…
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